Este blogue tem como título O Fado Ilustrado com o consentimento do autor
e meu amigo Jorge Miguel que aproveito para agradecer e cumprimentar.
Sendo um fervoroso amante do século XIX e da literatura portuguesa daquela
época pretendi aproveitar o nome do álbum para publicar material referente
à História, sociedade, artes e em geral a toda aquele final de época.
Pretendo assim falar da outros autores e de outros acontecimentos que
não foram abordados pelo álbum do meu amigo, mas que me parecem ser
relevantes para conhecer e divulgar uma parte da História do nosso país
tão importante e no entanto tão desconhecida.
e meu amigo Jorge Miguel que aproveito para agradecer e cumprimentar.
Sendo um fervoroso amante do século XIX e da literatura portuguesa daquela
época pretendi aproveitar o nome do álbum para publicar material referente
à História, sociedade, artes e em geral a toda aquele final de época.
Pretendo assim falar da outros autores e de outros acontecimentos que
não foram abordados pelo álbum do meu amigo, mas que me parecem ser
relevantes para conhecer e divulgar uma parte da História do nosso país
tão importante e no entanto tão desconhecida.
Nenhum álbum da chamada Arte Sequencial portuguesa me tinha entusiasmado
como este. Tive a oportunidade de criar amizade com o autor Jorge Miguel
depois de conhecer a obra de saber somos quase vizinhos. A obra é brilhante
a todos os níveis: Desde o desenho inovador à maneira como o enredo é contado.
Durante uma das primeiras conversas frente a uma bica que tive com o J.M.
perguntei-lhe de onde lhe tinha vindo a ideia de escrever o guião em sequências
temporais onde a lógica cronológica não prevalece e onde as personagens que
para o olho menos atento não têm aparentemente nada a ver uns com os outros
acabam por tecer uma teia sabiamente construída à volta da palavra FADO.
Fado-canção, Fado-destino, Fado- pintura. Na realidade, todas as
personagens se conheceram, fora o casal de fadistas que só trataram com o
pintorJosé Malhoa. J.M. reconhece ter tido influencias de um certo cinema francês
dos anos 60, que por sua vez inspirou autores como Quentin tarantino em
"Pulp Fiction". Perguntei-lhe se ele conhecia "Intolerance" de W.D. Griffith,
ao que ele me respondeu que só ter visto parcialmente "The birth of a Nation"
daquele cineasta. Em "Intolerance" Griffith não experimenta o Fado, mas sim
o Amor através de vários "quadros" que também não respeitam a linha de tempo
convencional. O resultado é uma narração cheia de emoção e que realça a
ligação entre várias entidades não dando grande importância à época em que
vivem. Ao encontrar as diferentes relações que as personagens do "Fado Ilustrado"
vivem. Ao encontrar as diferentes relações que as personagens do "Fado Ilustrado"
tiveram na vida real, J.M. foi verdadeiramente brilhante. Os "Vencidos da vida"
ligavam Eça e Ramalho ao rei Dom Carlos, que estava ligado ao Malhoa pelo
"Grupo do Leão" e pelo retrato real que o pintor das Caldas estava a executar,
este último ligado ao casal de modelos do quadro "O Fado". Enfim, todos os
"atores" tiveram de lidar com maiores ou menores consequências com a
organização terrorista chamada "Carbonária". Finalmente, todos fizeram parte
dum mesmo FADO. A forma como J.M. contou estas relações assimétricas entre
as personagens misturando a linha de tempo foi brilhante. Não fosse assim, o álbum
teria perdido da sua força. É claro que não é um livro destinado a leitores
de "quadrinhos" americanos. As reconstituições da Lisboa da época é brilhante.
O vocabulário dos criminosos da altura é precioso. J.M. explicou que o regicídio
foi tratado com muito pudor. Nada de violência fácil e sem propósito.
"atores" tiveram de lidar com maiores ou menores consequências com a
organização terrorista chamada "Carbonária". Finalmente, todos fizeram parte
dum mesmo FADO. A forma como J.M. contou estas relações assimétricas entre
as personagens misturando a linha de tempo foi brilhante. Não fosse assim, o álbum
teria perdido da sua força. É claro que não é um livro destinado a leitores
de "quadrinhos" americanos. As reconstituições da Lisboa da época é brilhante.
O vocabulário dos criminosos da altura é precioso. J.M. explicou que o regicídio
foi tratado com muito pudor. Nada de violência fácil e sem propósito.
A capa pretende fazer lembrar as gazetas ilustradas da época.
Uma verdadeira lição de História contada por um contador exímio.
A ler absolutamente.
S-L.
Tem o selo da editora Plátano.
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